terça-feira, 21 de outubro de 2008

História do Projeto em Belo Vale

Os ativistas do empreendimento foram convidados por Márcia... para que visitassem e se possível realizassem algo pela Comunidade de Chacrinha dos Pretos. A primeira visita foi em 2005, guiados por Jeferson, nascido na comunidade. Foram cordialmente recebidos e durante o encontro ficou acertado que o Presidente da Associação Chacrinha dos Pretos, Vicente (in memoriam). Em 2006 enviaram um abaixo-assinado solicitando as oficinas do projeto. No mês de março deste ano foram iniciadas as aulas de Trilha Cultural (história, comunicação, inglês, etc.) além de Tecnologia do Bambu. 
As relações progrediram e fizeram grandes progressos, aumentando o conteúdo das informações históricas. Fizeram excelente divulgação do que estava ocorrendo fazendo com que posteriormente os moradores da Sede, liderados pela senhora Dinha e Zinha, solicitassem os cursos para eles também. O prefeito Wanderley de Castro e o Secretário Wander Monteiro fizeram oficialmente o convite e em contrapartida ofereceram hospedagem, alimentação e transporte para os OFICINEIROS.
Pouco a pouco surgiram novos e bons relacionamentos entre os ativistas e a população, sendo hospitaleiros, simpáticos e informativos. Marley, Waguinho, Wagner, Breno, Maxwel, Vicente do Dino, Evandra, d. Zinha, d. Dinha, Adailton e muitos outros. Neste período algumas curiosidades do município foram apresentadas pelo senhor Antônio do Hotel (um apaixonado pela história local). Ocorreram visitas de apresentação ao Museu do Escravo e Fazenda Boa Esperança (onde ocorreu o primeiro encontro com a cineasta Tereza Soares).
Surgiram burburinhos sobre uma comunidade muito comentada, a meia boca, chamada Noiva do Cordeiro. Os comentários intrigantes e instigantes eram contraditórios e graves; de um lado diziam que as mulheres eram prostitutas que viam de Belo Horizonte, São Paulo, Montes Claros. Que eram as mais belas garotas do município vivendo numa comunidade de absoluta liberdade. Do outro lado surgiram comentários sobre os esforços físicos delas, para abrir ou concertar quilômetros de estradas. A contradição instigou procurar informações detalhadas. Maxwel, Breno, Wagner, d. Dinha, d. Zinha, Marley, Vicente do Dino, foram unânimes ao afirmarem que o local não era um – prostíbulo. Com isto fomos compelidos a conhecer o local em 28 de agosto de 2006. a intenção era obter esclarecimentos e fornecer meios para elas pudessem combater o estigma. Especialmente pelo fato de que a região é intensamente visitada e é emergente no turismo, corria-se o risco de despertar curiosidades indesejadas.
Trinta dias após visitar o local, Rosalee Pereira, uma moradora do local telefonou convidando para uma viagem até o povoado de Monte Sião (distrito de Montes Claros), onde residem os demais parentes. Durante o trajeto da viagem ficou acertado intervenções para que se pudesse melhorar a imagem dos moradores da vila, especialmente as mulheres. Havia uma rotina simples de cuidar da casa, com algumas senhoras trabalhando no corte costura de lingeries. O cômodo era comentado por todos, como sendo a fábrica de lingerie de Noiva do Cordeiro, na verdade um cantinho simples e aconchegante. As decisões foram tomadas muito rápidas e havia um clima de excelentes expectativas. Instalou-se o primeiro Ateliê em outubro, no mês de novembro foi criado o escritório de – comunicação visual. Tudo maravilhosamente bem distribuído em tempo recorde.
Em dezembro a professora Alcione Rita de Oliveira recebeu 3.000 livros doados pelo secretário de cultura de Belo Vale, Wander Monteiro, e por sua vez, transferiu para a Comunidade Noiva do Cordeiro; esta é a primeira biblioteca da comunidade.
Viu-se a necessidade de as atividades serem realizadas como se uma empresa estivesse funcionando no local. Deste modo o departamento de comunicação visual e monitoria de antropologia tornaram-se o gestor da biblioteca, da escola e do ateliê. As sugestões organizacionais receberam denominações para cada função, com intuito de distinguir, cada uma das pessoas envolvidas. Sendo assim Josiele Fernandes Almeida, na condição de monitora de antropologia e comunicação visual, Cláudia de Lima, Secretária de Cultura e Educação, Flávia Emediato, diretora da biblioteca e do teatro, Raniele Leite, secretária de tecnologia e efeitos, assim por diante.
Este período de absoluto vislumbre e encanto, numa comunidade sedutora e fenomenal, foi enriquecido por possibilidades historiográficas e estudos antropológicos. Desde o início as atividades foram introduzidas no local para que se pudesse concretizar em Chacrinha dos Pretos. Por motivo de força maior viu-se interrompido o processo em Chacrinha dos Pretos e deu-se início a todas as realizações de Noiva do Cordeiro, conforme metas estabelecidas em 23 de dezembro de 2006.
Conjunto com o empenho dos moradores de Noiva do Cordeiro viu-se grandemente surgirem possibilidades que resultaram em extraordinárias transformações.

Belo Vale Cultura e Comunidades

O Projeto Ecologia Total no Vale do Paraopeba teve seu inicio em 1999. Foram realizadas pesquisas técnicas e científicas nas diferentes áreas de antropologia, arqueologia, artista, biologia, enfermagem, geopsiquica, história, informática, jornalismo, medicina, psicologia, química, turismólogo, sob a designação de Purbasiun Vitae Project – Intelectual Ecology. O Recurso Humano é composto de profissionais científicos, técnicos e liberais, além de artesãos e artistas. No decorrer dos anos o empreendimento tornou-se um consórcio entre diferentes Associações não-governamentais e governamentais, de objetivos contundentes na Defesa Ambiental, Desenvolvimento Cultural e Geração de Rendas, consubstanciado por tecnologia e conhecimentos científicos baseados em Ecologia Intelectual.
Consta do acervo historiográfico e de estudos antropológicos (43.760 laudas, entre documentos e registros de campo). Durante quatro anos uma equipe de pesquisadores percorreu 68.900km à pé (com GPS), na forma de ‘cultural trekker’, em entrevistas, cursos, oficinas, palestras, fotografias, e coleta de material. A cidade de Belo Vale tornou-se alvo destas pesquisas, no ano de 2005.
O material contido neste blog está sujeito a mudanças e melhoramentos, em conformidade com as mais recentes atividades no Vale do Paraopeba. Aspectos específicos e considerações foram levados em conta para que se chegasse a um denominador comum. O perfil das comunidades reflete os acontecimentos e as transformações a que foram submetidas.
Com evidentes objetivos de uma práxis antropológica e filosofia humanista os membros deste empreendimento procuraram observar os detalhes do Meio Ambiente e aspectos Históricos relevantes na formação cultural da população. Serve, pois, que seja todo o esforço ingrediente a mais para promover o desenvolvimento cultural, com substanciais Melhorias na Qualidade de Vida.
Estudiosos e pesquisadores, de uma maneira geral, podem usufruir destas informações e outras em primeira mão, na medida do possível. Do acervo historiográfico, 6.800 laudas tratam do tema africanidade, com intrigantes descobertas fundamentais para a compreensão da História e estudos antropológicos.