quinta-feira, 30 de abril de 2009

MOBILIZAÇÃO, ORGANIZAÇÃO SOCIAL E PESQUISA CIENTÍFICA

Nenhuma sociedade, dita civilizada, estrutura-se em bases pouco sólidas e com depravação, seja de que ordem for. O desenvolvimento implica em considerações absolutamente justas, em conformidade com a norma prontamente estabelecida. Ledo engano essa máxima estúpida de “levar vantagem em tudo”. Nestes tempos modernos da informação, não é fácil conseguir tudo e de maneira tão fácil, dentro e fora da lei. As pessoas descentes, geralmente, escolhem o caminho da retidão. Para que ocorram mudanças de excelência e não apenas acúmulo de bens tecnológicos (eletrodomésticos, carros, casas, etc.) é preciso pensar no acúmulo e utilização adequada de – conhecimento.
Quando se trata de educação é preciso considerar, o seguinte: “Há relações presentes em diferentes grupos e sociedades humanas que não se explicam, exclusivamente, pelo socioeconômico, nem se reduzem a estados afetivos e psicológicos. São exemplos, a relação do ser humano com a organização de seu grupo, com o sagrado, o mágico, o sobrenatural, a relação com o patrimônio cultural, tudo o que o precede e sucede. Trata-se de fatos que caracterizam a existência da cultura, especificidade exclusiva da vida humana.” Portanto, o processo de Mobilização e Organização Social envolve as modificações culturais relacionadas com – inovações, aceitação social, eliminação seletiva e integração. A inovação, que sempre começa com o ato de alguém, pode ser efetuada de cinco maneiras: variação, invenção ou descoberta, empréstimo cultural e incentivo. Com isto, pode-se dizer que as atitudes elaboradas, de acordo com o que é aceitável, exercem influências e provocam transformações.
A eficiência maior ou menor deste empreendimento está intimamente associada ao conhecimento do significado de – cultura. A tecnologia social nos últimos anos tem desenvolvido métodos para despertar o maior número de indivíduos para o sentido de suas próprias atitudes na continuidade histórica dos acontecimentos positivos. Importa muitíssimo que o ato de conscientização não seja um ato de manipulação e engodo para obter o maior número de pessoas associadas a uma idéia. Cultura, realmente, significa em seus diferentes aspectos tudo o que mais importa no modo de vida de um povo. Ela manifesta-se nos seus atos e também nos seus artefatos; atitudes e posicionamentos políticos ou filosóficos, e pode ser definida pelos seus bens culturais, produzidos na forma científica, tecnológica, artística ou artesanal. Posteriormente, podem ser conhecidas parte a parte, e definidas nas suas qualidades e nível de desenvolvimento, no artesanato rústico, sofisticado ou na simples atividade artesanal sem implicações culturais elevadas; somos conhecidos e reconhecidos pelo que produzimos. Evidentemente que a arte persa de fazer tapete é algo sofisticado e impressionante tanto ou muito maior do que a cerâmica japonesa, ou porcelana. Contudo, é certo que tapete rústico, mesmo bonito, não é comparado à cerâmica mais simples. Uma questão mercadológica, à parte, mas trata-se de considerar a produção em seus diferentes aspectos de formação cultura e elevada técnica, além da simples mercadoria. Compara-se, evidentemente, o produto de onde ele veio e o que representa.
Portanto, a interferência humana deve ser sobremaneira consciente e saudável. Todos devem saber que os ecossistemas não são estáticos, e se modificam constantemente. Passam por vários estágios, desde a juventude até a maturidade. Trata-se da Sucessão Ecológica que é o processo dessas mudanças gradativas na constituição da comunidade que se sucedem no ecossistema. Fatores abióticos e bióticos estão relacionados com o equilíbrio populacional. Evidentemente, entre os seres humanos os fundamentos organizacionais, com a participação, vontade, autonomia, respeito à diversidade, valores e objetivos compartilhados, etc., forma um conjunto de fatores para o desenvolvimento cultural e posteriormente sócio-econômico. Deste modo, o conjunto de ações, relações e atribuições que o indivíduo desempenha no ecossistema, está a qualificação referida ao nicho ecológico; trata-se de cultura. Seja ela, pessoal, objetiva, ideal, material, imaterial ou real. Quando está na forma de ciência brota do espírito investigador e da inteligência especulativa. Por outro lado as ordens econômicas, jurídica, social e técnica brotam da tendência ordenadora da inteligência prática.
A antropologia descreve o desenvolvimento do homem, mediante teorias e experimentos, e na elaboração de leis que relacionam com os acontecimentos humanos. Destarte, a Lei da Crescente Dependência da Cultura, entre outras coisas, possibilitou a mudança de dependência do homem em relação à força física para a confiança no cérebro e inteligência. A cultura, nos limites da comunidade, tem implicantes fatores com os quais está relacionada, tal como a herança genética do estoque racial, celebração de códigos, caracteres de personalidade, elaboração intelectual, forças circunstanciais, adaptação e competência cultural para os recentes avanços da Era Global, crise de identidade, habilidades psicomotoras, traços sociais semanticamente transmitidos, aspectos admiráveis e repulsivos da cultura, história, etc.
As palavras e as coisas concluem no último instante que, de certo modo, é a causa do valor do homem. De qualquer forma, é sabido que ele não é o problema mais antigo nem o mais constante. O homem é uma invenção recente, fantástica e positiva. O que, realmente, conta é o fato otimista de que este sujeito carrega a chave de muitas possibilidades de transformação e conhecimento até a posse definitiva da Natureza. O ser humano está socialmente determinado a progredir. Não implica em sua coisificação, pois a questão máxima é a libertação do homem, a partir do conhecimento em sua plenitude. A história é feita pelo homem, mas as ações e opções dele estão influenciadas pelos condicionamentos, personalidade e caráter, além das necessidades que tem ou julga ter.
Somente com habilidades superiores humanas de percepção, memória, imaginação e abstração de idéias, puderam surgir os conceitos e foram estabelecidos regulamentos, com objetivos de conhecer e compreender os fenômenos naturais. Este é um gancho para que seja reconhecida a significância do homem no meio onde vive e de sua relação de interdependência.
ETNOGRAFIA E ESTUDOS CIENTÍFICOS – os estudos científicos realizados desde 1999-2009 estão de acordo com tecnologia social, e diferentemente da atividade jornalística, também é importante e não estão em contraposição. De um lado a reportagem é costumeiramente mais rápida e a pesquisa científica raramente breve. Na etnografia o período de duração varia e pode ser durante anos seguidos, muitas vezes, durante décadas. Na etnografia, o profissional faz análise do grupo, em suas particularidades, visando à reconstituição, tão fiel quanto possível, da vida de cada um deles. O especialista dedica-se ao conhecimento exaustivo da cultura material e imaterial. Trata-se de uma investigação dedicada à coleta do material referente a todos os aspectos culturais passíveis de serem observados e descritos – primeiro passo da pesquisa antropológica.
Na Metodologia empregada em pesquisas científicas os procedimentos incluem técnicas e os instrumentos. Além de uma avaliação processual constante, incluindo um diário, relatório de avaliação, testes de verificação, entrevistas pessoais, etc. Não se trata de uma visão não-formal e intuitiva do assunto e do objeto de estudo, o que a lógica e evidência indicam como relevantes. De fato o pesquisador precisa compreender as pesquisas realizadas e ler o código com habilidade analítica para decifrar os dados. Na prática, não é algo místico, nem pura ciência. É um compromisso entre o possível e o ideal.
Ciência é uma palavra caseira que todos usam pelo menos ocasionalmente, mas existem idéias errôneas a respeita dela. Certamente os cientistas são motivados pelas mesmas emoções humanas e limitados pelas mesmas fraquezas. Mas não deve selecionar seus objetos de estudos com base em tendências pessoais, ou na busca contínua para corroborar um preconceito. Toda pesquisa que é fruto de uma trapaça desorienta outras pesquisas e desperdiça recursos, atrasa o desenvolvimento e causa inúmeras outras perturbações. O resultado de uma pesquisa científica deve ser capaz de resistir às avaliações, e se não sobrevive à crítica provavelmente não continuar fazendo parte de um empreendimento científico.
As pessoas podem ser descritas em termos dos grupos a que pertencem. A coleta de dados sobre as partes do ambiente ou meio da pessoa e fazer uso de tais dados para descrever o indivíduo constitui-se em “estudo contextual”. O estudo de uma amostra de uma determinada população, coletando dados sobre os indivíduos na amostra, para descrever e explicar a população que representam. Se todos os indivíduos fosse iguais uns aos outros em todos os sentidos, não haveria necessidade de procedimentos de amostragem. De fato envolve o conhecimento técnico de conceitos e terminologia de amostragem, do elemento, do universo, da população, da variável, do parâmetro, etc. É necessário utilizar, cientificamente, os dados coletados, preocupando-se com a análise, a interpretação e a comparação entre as mais variadas culturas existentes, considerando-se suas semelhanças e diferenças.
A Mobilização Social e a Organização de uma comunidade devem ser realizadas com critério. Não significa que as suas lideranças devam aguardar a presença de um profissional para tomar medidas adequadas e organizar o seu grupo. No entanto, e acima de tudo, não deve subestimar as habilidades profissionais de longos anos de estudos, puro simples capricho e vaidade. Seria algo semelhante à prática de automedicação sem prescrição médica.
Existe uma tendência bruta, estúpida e imoral de banalizar as atividades científicas no Brasil. Muito perigo se um grande número de pessoas imaginarem que estão vivendo num palco iluminado e com holofotes sobre eles. Esta sociedade é uma sociedade do estereótipo, de crenças antecipadas e fáceis. Cultiva-se que existe um saber universal, como se o conhecimento fosse um produto acabado e que qualquer pessoa pudesse atingir o mesmo grau de desenvoltura, mesmo sem qualquer instrução prévia. Acaba, por isso, surgindo muitos preconceitos e atitudes irresponsáveis, gerando as desigualdades. Onde quer que as pessoas desejam uniformizar o pensamento e unir à força sem aceitar divergências, ou sabendo lidar com as diferenças, tudo está em risco. Beira a loucura e irresponsabilidade. É preciso combater a demagogia da palavra fácil e poética, que escorre, engana e seduz as massas com as palavras “amor, flor, riqueza e farra, prazeres, etc.” Todos temos nossos estereótipos e preconceitos e a questão é - o que fazemos a partir deles?
Bem, a Mobilização Social e Organização, sob orientação científica dão-nos conta sobre os fenômenos históricos e sociais, e o profissional deve ser capaz de compreender essas sociedades, baseado na teoria e na prática.

domingo, 26 de abril de 2009

ATIVIDADES ANTERIORES DO PURBASIUN E ASMAP

Atividades Anteriores do Asmap/Purbasiun Vitae Project – Intelectual Ecology:
1. 1999 – Ministrando cursos de Filosofia Aplicada e Idiomas no povoado Tejuco-Brumadinho;
2. 2000 – cursos no Povoado de Aranha e Piedade do Paraopeba; produzindo o evento – ALAMIRÉ; YASMIM E A ROSA NEGRA (para divulgar as recentes descobertas do patrimônio afro-brasileiro em Piedade do Paraopeba), no Teatro Marilia em Belo Horizonte;
3. 2001 – Primeiro encontro de contador de “causo”; dia 01 de abril, no povoado de Palhano em Brumadinho;
4. 2002Alamiré; a presença dos imigrantes no Vale do Paraopeba; evento artístico com a participação da Secretaria do Estado de Cultura; Consulado Alemão, Consulado Sírio-Libanês, Consulado Sírio, Consulado da Brasil-Espanha, Instituto Histórico Israelita Mineiro, Prefeitura de Brumadinho e doação de cachê de 51 artistas;
5. 2003 – Festival de Ecologia – O idoso; em Suzana, com a participação da Secretaria de Educação, Grupo Tocando Pela Vida (Cons. Alemão), Tambolelê, Zahara Chaniffe Studios, Salão do Encontro de Betim (circo de crianças), Polícia Militar Ecológica do Estado de Minas Gerais; Grupo Lamebe, etc.
6. 2004 – Complementação dos Estudos Investigativos de Antropologia e História no Quilombo de Sapé, com a introdução e resgate de valores culturais e geração de rendas, a primeira Biblioteca Comunitária.
7. 2005 – Inicio das Atividades de Estudos Investigativos em Chacrinha dos Pretos;
8. 2006 – Inicio das Atividades de estudos Investigativos em Noiva do Cordeiro; com a criação do primeiro Ateliê de Artesanato, da primeira Biblioteca Comunitária da Comunidade, inúmeros estudos e levantamentos históricos documentais e orais, ministrando cursos de Filosofia Aplicada, Inglês, Comunicação e Gestão, Redação do Livro – Alamiré do Tejuco à Noiva do Cordeiro; Redação do Livro – Noiva do Cordeiro – origens do preconceito; redação e serviços de comunicação para as primeiras reportagens sobre a história da comunidade para o Estado de Minas e posteriormente outros diversos canais de mídia, no que resultou no Documentário – Noivas do Cordeiro na GNT em 2008.
2008 – Alamiré; Heróis Negros do Vale (redação do Livro na forma de ghostwriter com Elaine Rosa da Associação Afro-brasileira), Produção e Direção do Evento: Alamiré: Heróis Negros no Vale no dia 19 de novembro, no Teatro Luiz de Bessa; com a participação da Belotur, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Grupo Amuleto.

Uma breve dissertação sobre a comunidade Noiva do Cordeiro

O grande dilema da comunidade Noiva do Cordeiro, por alguns anos, teve suas principais raízes fincadas na simbologia que a envolveu, as escolhas que as pessoas fizeram e atitudes tomadas. Naturalmente o envelhecimento e modificações físicas, tanto quanto o comportamento e exposição na mídia, trouxeram outra auréola e contorno artístico para o assunto, e uma visão nova surgiu, sem conteúdo científico, na maioria dos comentários e descrições. As jovens ali, não são as mesmas pessoas que eram três anos atrás e foram, certamente ainda mais diferentes, quando a grande maioria era adolescente. Pulsava uma energia absolutamente poderosa, que deixou ecos que ainda restam daquele período.
A localização geográfica é sugestiva e passa a idéia de um final da linha, o limite máximo antes de algo mais. O isolamento e a liberalidade transparecem nos gestos mais simples e mesmo nas brilhantes interpretações do teatro amador que eles se esforçam em cultivar; existe um romantismo na forma de liderança. Parece que é um cenário de um filme. O teatro realmente é uma atividade substitutiva das celebrações e práticas religiosas, originadas do evangelismo.
A Associação Comunitária Noiva do Cordeiro, por sua vez, destaca-se de todas as demais associações, especialmente pela norma; tem poderes fantásticos que aglutinam e comandam seus “fiéis”. Um magnetismo curioso e sugestivo que requer uma maneira corajosa para a interpretação do que representa. Não é uma associação do bairro, nos moldes comuns e juridicamente estabelecidos, de praxe. É uma associação da família.
Boa parte de tudo que é relevante na comunidade está impregnado do gênero feminino, com idéias que se ligam à sexualidade e ao sexo. Afinal é um tema poderoso de que mais se fala e sobre o qual mais se pensa, quando fluem os poderosos hormônios. Onde há sinais exclusivos desta sexualidade, no próprio nome do local – Noiva do Cordeiro, na fábrica de lingeries, nos desfiles, nos nomes das ruas que anteriormente eram ambíguos e sugestivos (Rua do Amor Puro, Rua da Próxima Arrebatação, etc.). O ato corajoso de romper com a forma religiosa beatificante e fundamentalista abriu um leque de possibilidades comportamentais. A quebra de tabu vem associada à idéia de desobediência que provoca rubor nos mais envergonhados, se for detalhado e descrito. Faz pensar nos desejos mais inconfessáveis. Com o desfile, ainda que simples e organizado, segundo todas as normas e padrões artísticos dos grandes estilistas, é uma sugestão de nudez, ato sensual, com uma dose picante de provocação, erotismo, que nos bole por dentro. Não se trata neste caso de realizar qualquer juízo de valor, mas descrever e fazer o leitor refletir sobre em quais condições surgiram as idéias folclóricas contra as moradoras de Noiva do Cordeiro. Todos têm de pensar no que significa romper abruptamente com a norma, o cânone e os antigos costumes. Para os vizinhos foi uma provocação e trouxe excitação às suas mentes.
Realmente as mulheres, de uma maneira geral, reproduzem o machismo e o sexismo em suas relações sociais. Geralmente fazem escolhas que lhes são armadilhas. Nessa teia e armadilha relacional que é a sexualidade, simplesmente não há medida. A sociedade vê e não compreende a queima de sutiãs, a marcha gay, a luta das prostitutas para serem reconhecidas profissionalmente. Dentro desta fantasia pode-se perceber tanto o adoecimento quanto a sexualidade. O ato transgressor dos moradores é um fenômeno histórico, somente compreensível se se fizer considerações inegáveis do potencial humano inventivo e capaz de adaptações. Com a superação do medo, aproximaram do absurdo, atraindo para si, a “demonização” que estava na transgressão. A sexualidade é múltipla, diversa, e, provoca uma tão variada gama de sensações, sentimentos. A infelicidade de se viver uma sexualidade restritiva, e impossibilidades de conviver entre as diferenças, gera doença e morte. O fundamentalismo religioso da seita Noiva do Cordeiro era paradoxal e lutava contra a natureza humana, ainda que buscasse apenas civilização.
Há muitos outros fenômenos históricos associados ao fundamentalismo das seitas protestantes, e nenhum se iguala ao de Noiva do Cordeiro. Basta mencionar o suicídio coletivo dos membros da seita comandada por Jim Jones, o suicídio, seguido de assassinato sob o comando do pastor David Koresh, nos Estados Unidos, etc. A mudança radical contra a seita denominada Noiva do Cordeiro é surpreendentemente análoga a outros acontecimentos fenomenais religiosos da Idade Média, com transes coletivos, psicoses, etc., com a literatura religiosa referindo a eles como sendo “demonismo”.
É perturbador ouvir os relatos e declarações dos adversários deles, que são absurdos que geram indignação. Por um instante a pessoa é obrigada a indagar-se: “e se for verdade isso que eles não nos provam? E se o que dizem que é verdade for amplamente divulgado, quais serão as reações?” Pouco a pouco as idéias vão sendo modificadas, como se uma cortina estivesse sendo aberta. Hospedar-se no local é algo agradável, simples, aconchegante e prazeroso. Contudo, a permanência por longos períodos faz com que o cenário paradisíaco seja modificado. Pouco a pouco se percebe as grandes diferenças antes não percebidas.

(Nota: O leitor mais atento, certamente, não ficará satisfeito com a simples descrição de um local de acontecimentos que trespassaram o século XX. Perguntas, sugestões e esclarecimentos, tanto quanto as críticas são recomendáveis neste caso, pois melhorarão o conteúdo)


terça-feira, 21 de abril de 2009

MOBIILIZAÇÃO SOCIAL EM NOIVA DO CORDEIRO

Existem muitas profissões que são pouco conhecidas, mas absolutamente necessárias, a antropologia é uma delas. Em locais onde a ciência é tratada com pouco caso, especialmente no Brasil, existem idéias equivocadas sobre a utilidade do profissional de antropologia. Muitos imaginam que é uma atividade como outra qualquer, ou que os antropólogos são pessoas aventureiras e que vivem no mundo da lua, uns sabe-tudo (no sentido pejorativo), e outras denominações igualmente antipáticas e estúpidas. A antropologia é uma ciência relativamente nova, desenvolvida nos últimos 50 anos. Na verdade, o antropológo é uma espécie de médico clínico geral da sociedade; sendo que alguns podem ser especializados em diferentes assuntos que envolvem o homem na sociedade. Ele tem métodos de pesquisas muito variados, geralmente em estudos etnográficos, pode conviver com um grupo de indivíduos para conhecê-los, através de entrevistas e observação-participante. Pelos anos de estudos acadêmicos, tornar-se um perito do comportamento humano, no contexto de sua produção cultural; religião, artes, sexualidade, política, tecnologia, etc. É um profissional humano, obviamente, sujeito a falhas, contudo, não se trata apenas de "curioso realizando pesquisas", deve estar preparado para realizar diferentes investigações científicas, por isso mesmo não deve ser subestimado. O antropólogo é um cientista que estuda o comportamento humano, sua história, produção, etc. É uma especialista científico de utilidade para outros profissionais de medicina, direito, política, cinema, agentes de polícia e segurança. Este profissional, em conformidade com sua especialização e atividade, pode ter seu trabalho cientifico, imediatamente associado, a tantas profissões e atividades quanto desejar.

Na cidade de Belo Vale, através da parceria e projeto entre Purbasiun Vitae Project - Intelectual Ecology, ASMAP, Yorkshire System Co., Jornal Tribuna; este consórcio recebe a denominação de Projeto Ecologia Total no Vale do Paraopeba.

No ano de 2005 deram-se início às primeiras atividades de pesquisa e sondagem sobre as potencialidades na cidade Belo Vale. As primeiras visitas e atividades de Mobilização Social ocorreram em Chacrinha dos Pretos; curso de inglês, espanhol, tecnologia do bambu e filosofia aplicada. Posteriormente, a Prefeitura de Belo Vale convidou os profissionais para realizar suas atividades também na sede da cidade, no Grupo Escolar Gama Cirqueira. No ano de 2006 com a ampliação das atividades cientificas e profissionais, constatou-se que havia um problema nas relações entre os munícipes da cidade, problemas comuns de bairrismo e política local. Surgiu uma preocupação com o fato de haver comentários perversos contra a Comunidade Noiva do Cordeiro; alegavam que lá era um prostíbulo, que havia tráfego de drogas, que adoravam o demônio, que escondiam criminosos e fugitivos. Inicialmente, algo que sucitava idéias ruins, preocupações com a segurança e cuidados especiais. Uma situação de suspeitas, absolutamente, neurotizante. Contudo, pessoas  da própria sede atestaram para os profissionais do projeto que a falação era por motivos políticos, religiosos e comentários maldosos de pessoas enciumadas. O que instigou procurar os moradores da comunidade Noiva do Cordeiro para uma análise breve da situação e possíveis estudos de antropologia; no dia 28 de agosto de 2006 foi feito o primeiro contato entre os ativistas (Bruno e Karl) e os moradores. Foi aceito o convite de pernoite no casarão da Comunidade e no dia seguinte foi elaborado o primeiro projeto para que participassem da Rede Cultura, da Cia Vale do Rio Doce (um projeto de parceria entre ASMAP e Associação Noiva do Cordeiro). No dia 29 de agosto do mesmo ano foi entregue o pré-projeto para apoio ao artesanato, envolvendo A Associação Noiva do Cordeiro e o consórcio acima mencionado, sob o nome Projeto Ecologia Total no Vale do Paraopeba. 
Na seqüência de comunicação entre os ativistas e a moradora chamada Rosalee Fernandes Pereira, chegou ao consenso de haver a necessidade de  um trabalho de Mobilização Social dentro da Comunidade Noiva do Cordeiro. No dia 18 de setembro de 2006, deram-se inicio às atividades artesanais, nunca ocorridas antes naquele local (Tecnologia do Bambu e Cerâmica). Em dezembro de 2006 as peças foram levadas para exposição no EXPOMINAS (associado ao projeto Rede Cultura, da Cia Vale do Rio Doce). 

DETALHES ESPECÍFICOS DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM NOIVA DO CORDEIRO:
Considerando as necessidades de resgate moral e cultural na comunidade, foram apresentadas e ministrados cursos diversos para os moradores (Filosofia Aplicada, Cultural Trekker, Curso de Inglês e Comunicação). O imaginário "convocante" era tornar a comunidade conhecida da melhor forma possível e combater o falatório depreciativo contra as mulheres do povoado. Algo que inicialmente tentaram com a eleição de Rosalee Fernandes Pereira, e que no entanto foi agravado, por inúmeras questões que foram levantadas e comentários ainda mais agressivos. A Mobilização Social foi uma tentativa de retirá-los da condição marginalizada para melhores condições melhores de respeito e prestígio. Formou-se um grupo para o levantamento inicial do histórico comunitário (origens do grupo, ancestralidade, história oral e documentação). Foram designadas as jovens moradoras Flávia Emediato, Cláudia Lima e Élida Leite para as primeiras sondagens da história no vilarejo, até então nunca comentada ou assunto no cotidiano dos moradores. No prazo de uma semana surgiram os primeiros detalhes intrigantes recolhidos dos moradores mais antigos, Elias Fernandes, Geralcina Fernandes, Matuzinhas e Delina Fernandes; fragmentos de um passado não muito distante, contudo relevante para os motivos que inspiravam as pessoas crerem que o local eram realmente um prostíbulo. O balancete inicial sobre os acontecimentos, comportamento, estado psicológico e emocional, enfermidades, taxa de mortalidade e nascimento, apresentou uma série de dados de implicâncias substanciais.
Estudos de natureza psicológica fizeram aumentar o empreendimento para os estudos "do inconsciente coletivo" (com base na especialização do Dr. Prof. Yaccobb Pfeffer, geopsquista e geólogo, empreendimento científico em andamento). Havia uma clara distinção nos modos comportamentais das jovens moradoras, em relação às demais camponesas das circunvizinhanças e da sede do município. As roupas e o hábito de andar em grupos, muitas vezes de até 10 pessoas, em modelitos coloridos, elaborados com bastante originalidade e de modo atraente e sensual. 
Com as observações iniciais, foram tomadas medidas exemplares através de mini-cursos, oficinas, palestras e debates. Dentro da expectativa do imaginário "convocante" estava acertado a necessidade de melhorar a imagem pública e fazer mudanças internas nas atividades locais, oferecendo possibilidades de as jovens senhoritas terem mais ocupação e capacitação profissional. Ainda no ano de 2006 as informações eram de que a maioria não tinha formação de curso fundamental e em proporção infinitamente pequena, outras tinham o fundamental e em número mais reduzido com formação de nível segundo grau (ainda não havia informação sobre outros com graduação universitária). 
Dos primeiros estudos e levantamentos, deu-se prioridade aos recursos científicos da pesquisa Etnográfica e metódos  sociométricos e historiográficos. Há registros do povoamento local, pelos idos de 1672, com a presença do primeiro ancestral destes moradores vindo de Portugal para assumir e tomar posse das propriedades concedidas pelo império, na forma de Sesmarias. Consta que os moradores em sua maioria recebem o nome de FERNANDES (observação: Os Fernandes são denominados, no inicio da colonização do Estado de Minas Gerais, sob o título de - Os Povoadores). Ainda dentro da historiografia local, consta que Maria Senhorinha de Lima, filha de Maria Senhorinha de Lima, transgrediu os regulamentos específicos de sua época, praticando adultério e fornicação. A conseqüência de seu ato gerou uma divergência religiosa e considerações contundentes sobre os seus descendenes. A história oral menciona que Marinha Senhorinha de Lima foi excomungada públicamente; até o presente momento, nenhum documento foi apresentado ou encontrado que comprove o acontecimento envolvendo qualquer autoridade eclesiástica, da época (Observação: O ato de excomunhão,  um preceito da Igreja Católica Apostólica Romana, sempre que ocorria era documentado nos autos do processo. Muitos documentos das Congregações que atuaram na Paróquia de Vargem de Santana, foram lidos e pesquisados, sem qualquer registro desta propagada excomunhão).
A combinação de técnicas e práxis científica, envolvendo a Mobilização Social e Pesquisa, mostrou-se bastante eficaz. Com os estudos iniciais de genealogia, estatística e historiografia, detalhes relevantes surgiram ainda no ano de 2007. Encontra-se na linha de parentesco e ancestralidade deles, nomes significativos na formação do grupo, no vilarejo. Do século dezoito até o século dezenove, parentes e conjugados estão nos documentos que assinalam a presença de juizes, vereadores, delegados e oficiais de justiça, que exerceram suas funções dentro da Comarca. Atualmente, e de forma relevante são os nomes do atual prefeito da cidade de Montes Claros, Luís Tadeu Leite e de Dom Serafim Fernandes de Araújo, parentes dos moradores da atual comunidade de Noiva do Cordeiro
Voltando à história da excomunhão de Maria Senhorinha de Lima, se realmente ela ocorreu, ou as pessoas recreminaram-na pelo seu ato transgressor dos costumes da época, é hipotético e notável que a rejeição à sua rebeldia justificasse a punição social que provocou modificações profundas nos costumes dos moradores, situados em local, geograficamente original, distante da sede e cercado por colinas, no final do munípio de Belo Vale. A disposição do vilarejo favoreceu a distinção e desenvolvimento específico na subcultura local. Com isto,Ramiro, convertido protestante da Igreja Batista, neto de Maria Senhorinha, voltando de sua estadia em São Paulo, fundou a Igreja Batista no povoado, converte a maioria de seus parentes, menos sua vó. Posteriormente, um dos membros desta igreja, provoca um cisma religioso, construindo uma igreja evangélica, sob a denominação de Noiva do Cordeiro. Seus regulamentos eram fundamentalistas e beatificantes. Os moradores eram notados pelo costume de usar roupas longas, cabelos longos e também andarem em grupos. Os entrevistados afirmam que existiam regras muito dificeis de seguir, com jejuns constantes, castigos públicos, uma pobreza franciscana e inúmeras outras limitações, inclusive sexual; os sermões condevam o incesto, anticoncepção, uso e abuso de drogas, bebidas e difirentes vícios. Contemporâneos desse pastor, católicos e não-católicos, fazem referências positivas ao seu comportamento exemplar de nobre cidadão, de costumes tradicionais e respeito aos bons costumes.
DISCRIMINAÇÃO E REJEIÇÃO - as pesquisas realizadas em torno da idéia de que havia e houve discriminação contra os moradores de Noiva do Cordeiro, segundo os entrevistados dentro do vilarejo, redondezas e na sede de Belo Vale, reforçam a idéia de que os moradores foram rejeitados e tornaram comentados de maneira depreciativa quando romperam de forma súbita com a igreja e os costumes que defendiam. Uma rebelião de repercussão nas suas relações com os vizinhos religiosos da mesma seita e os demais influenciados pela surpreendente atitude, considerado uma blasfêmia e heresia contra Deus. Transformaram a sede da igreja em um bar, apenas retirando parte de suas paredes, isto no povoado de Noiva do Cordeiro. Na cidade de Desterro de Entre Rios, da mesma seita, a transgressão foi ainda mais revolucionária, pois o bar foi estabelecido dentro da igreja, ainda no seu formato original, sendo servido bebidas alcoólicas, danças, encontros, etc. A quebra de tabú foi algo notório que reforçou os sentimentos de repulsa contra os moradores, uma vez que aqueles que antes viviam em busca de santidade e retidão religiosa, se voltaram contra seus próprios ensinamentos, pois, faziam sermões e pregavam contra o uso de fumo, bebidas, e atos considerados imorais. A quebra de compromissos religiosos que alardeavam anteriormente têm no seu bojo considerações contundentes sobre o que eles representariam para o Deus que acreditavam; os cristãos nos seus preceitos têm em conta que as  atitudes deles (membros da seita Noiva do Cordeiro)  eram atos abusivos contra a Divindade e que isso foi e é um flagrante pecado de "prostituição religiosa". Com o tempo os comentários foram reforçados pela ousadia dos desfiles de "lingerie" realizados por jovens adolescentes da comunidade que serviam de modelos, em peças intímas, sensuais e exuberantes, dentro do local, anteriormente igreja e agora um bar. Com o tempo o termo "prostituição religiosa" foi simplificado para apenas "prostituição" e as moradoras consideradas "prostitutas".
No ano de 2007, nos estudos intensivos de etnografia, na forma de observação-participante, constatou-se a necessidade divulgar os acontecimentos locais, na busca de auto-estima e evidente marketing institucional da Associação Comunitária Noiva do Cordeiro, e potencializar as atividades de artesanato e os costumes locais. Neste período, havia o escritório (projeto piloto de administração) denominado - Setor de Comunicação e Monitoria de Antropologia. Deu-se inicio ao processo de Mobilização dos moradores, orientados pelos ativistas e profissionais do Purbasiun Vitae Project - Intelectual Ecology e ASMAP. Não havia mão-de-obra especializada e foram organizados grupos para receberam orientações básicas de organização, ainda segundo suas fanatasias profissionais e supostas vocações. Flávia Emediato, esforçada nos seus intentos de direção teatral, Cláudia de Lima, na forma de professora, Josiele Fernandes (Tika), de monitora de antropologia e fotográfa oficial, além de outros. 
Segundo os próprios moradores de Noiva do Cordeiro, não havia qualquer problema sobre o que as pessoas falavam delas, pois não se importavam, embora contraditoriamente evitassem falar, quando estavam na sede de Belo Vale, que eram moradoras de Noiva do Cordeiro, sempre falando Roças Novas. Nas oficinas e debates foram considerados e detalhados tudo que dizia respeito à simbolização e defesa da imagem; foi defendido exaustivamente a idéia de assumir de forma clara e contundente que todos moravam em Noiva do Cordeiro, com o argumento de ser um nome especial e singular, também foi sugerido que os nomes das ruas fosse modificados, pois havia ambiguidade neles (Rua Amor Puro, Rua Próxima Arrebatação, etc.), também foi discutido uma mudança de postura, especialmente no uso de rouspas elaboradas de maneira menos chamativas e provocantes. Foram todos estimulados a defenderem-se contra as acusações, e exercerem suas cidadanias de modo exemplar.
Em Dezembro de 2006, os ativistas do Projeto Ecologia Total no Vale do Paraopeba, apresentaram os detalhes históricos e pitorecos da comunidade na oficina da Rede Cultura (empresa terceirizada da Cia Vale do Rio Doce) que resultou na matéria Grandes Mineiros, no intervalo do Jornal Nacional.
Em março de 2007, em conformidade com o projeto de Mobilização Social, foi encaminhado o "release", elaborado e assinado por Bruno Johnny (ASMAP) e Josiele Fernandes Almeida (Associação Noiva do Cordeiro) para a redação do Jornal Estado de Minas, com o texto sugerindo a reportagem falando sobre a história contada no local, sendo a matéria realizada pelo repórter Gustavo Werneck. A matéria com o título Herança de um preconceito teve ampla repercussão e gerou outras inúmeras reportagens e posteriormente o Documentário Noivas do Cordeiro. 
Em 2007 os estudos investigativos indicavam que a comunidade tinha potencialidades distintas e deveriam ser exploradas, para provocar o desenvolvimento e amadurecimento da cultura local. Nos estudos estatísticos foram encontradas moradores com graduação universitária, até então desconhecidas. Todas elas da mesma geração daquelas que afirmam terem sidas discriminadas dentro da escola, com frases ofensivas proferidas contra elas, e referências ao local e à prostituição. O grupo de jovens universitárias demonstra não haver sido afetadas por essas ofensas e tampouco parece ter diminuído suas habilidades intelectuais para os estudos. Há indícios de que os insultos, comuns em certas regiões, não afetavam no modo como eram e são recepcionados na sede de Belo Vale; havendo casos isolados. Ainda, dentro da linha investigativa em relação ao preconceito contra os moradores, consta que não eram ou são rejeitadas no comércio local, e que esses comerciantes contribuiram freqüentemente com objetos valiosos, na forma de doação, para os leilões que tradicionalmente fazem no bar de Noiva do Cordeiro.

Toda ordem de convivência é construida e elaborada pelos seres humanos, e somente assim pode ocorrer uma tão desejada mudança. A regulamentação de convivência entre as pessoas não são naturais, embora seja natural a tendência humana de viver em sociedade. As normas religiosas, juridicas e filosóficas são artificiais, mas são demonstração de inteligência, com objetivos de administrar e possibilitar harmonia e organização entre as pessoas. A falta desta orientação, seja religiosa ou escolar, faz surgir mais facilmente os indivíduos transgressores e tomados por costumes que os tornam marginalizados pela sociedade. A cultura em sua constituião e elaboração, exerce um poder magnífico contra tudo que socialmente não é recomendável. Quando as pessoas são transgressoras de moral e dos bons costumes, geralmente são rejeitadas nas sociedades tradicionais, o que pode gerar discriminação. Quando as pessoas insistem em transgredir os regulamentos, estão provocando uma reação normal contra elas, consequentemente sendo desprezadas e discriminadas pelo que representam. Algo muito diferente da discriminação hedionda, por motivos raciais e nacionalistas. 

 A convivência social saudável deve ser ensinada, aprendida e desenvolvida. Portanto, as considerações sobre RESPEITO foram exaustivamente discutidas em palestras com os moradores, propondo-lhes diferentes posturas daquelas pelas quais eram conhecidos, nos seus palavrórios, indumentárias e festividades efusivas, além dos limites permitidos pelas leis ambientais. É fato que a convivência social depende de os indivíduos não agredirem seus semelhants, comunicarem-se uns com os outros, interagir, decidir democraticamente, ter autonomia e individualidade, ainda que unidos e auxiliando-se mutuamente, proteger o seu entorno e valorizar os conhecimentos dentro da sua sociedade convencional. O que não é convencional, é alternativo ou marginal. As leis devem ser obedecidas mesmo dentro da casa. 
Quando fala-se em Mobilização Social, não se trata de reuniões em praças e encontros fortuitos, pois a mobilização tem outros requintes com duração e complexidade consideráveis. Não ocorre sem uma especialização e empreendimento. Esta mobilização depende do Produtor Social, O Re-editor Social, Editor Social, Multiplicadores e Atores Sociais.
Assim sendo, a tecnologia social atingiu muitos dos efeitos desejados em Noiva do Cordeiro, possibilitando com que os indivíduos dessa comunidade, ainda que de modo velado ou evidente, deixassem de ser rejeitados, por quaisquer pessoas da vizinhança. Foram utilizadas as palestras e oficinas para divulgar a história de Noivas do Cordeiro. O primeiro indivíduo que abraçou a causa a favor dessa comunidade, foi o morador da cidade de Moeda, de vulgo CHICO (Renato) e através dele outros, sob orientação dos ativistas do Projeto Ecologia Total no Vale do Paraopeba, engajaram-se, tais como: Eduardo Amorim, José Maria dos Santos, Wagner Braga, Breno Braga, etc. 

NOTA ESPECIAL:
Leia sobre ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA DE NOIVA DO CORDEIRO; ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E RELIGIOSA EM NOIVA DO CORDEIRO; NOIVA DO CORDEIRO, UMA FORMA ALTERNATIVA,  ALAMIRÉ - DO TEJUCO À NOIVA DO CORDEIRO, NOIVA DO CORDEIRO - ORIGENS DE UM PRECONCEITO, CHACRINHA DOS PRETOS E SUA ARQUEOLOGIA HISTÓRICA, ALAMIRÉ - HERÓIS NEGROS DO VALE DO PARAOPEBA.